Comunistas e Católicos

03.12.2021

O congresso internacional 1921-2021: Nos 100 Anos do PCP — Imaginários Políticos e Expressões Culturais, organizado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, decorre nos p´roximos dias 6 e 7 na Faculdade de Letras da mesma instituição. Participarei no primeiro dia, sábado, dia 6, com uma comunicação intitulada “Comunistas e Católicos: A Opção do PCP no Contexto Internacional”. Deixo o resumo:

Em Novembro de 1943, o III Congresso do Partido Comunista Português aprovou o Informe do Secretariado do Comité Central, redigido por Álvaro Cunhal, com o título “A Unidade da Nação Portuguesa na Luta pelo Pão, pela Liberdade e pela Independência”. Uma parte deste documento era dedicada à “mão ‘estendida’ aos católicos”. Aqui encontramos a síntese de uma orientação de cariz político para a ação dos comunistas junto dos católicos e na relação com a Igreja Católica. Começarei por analisar esta opção no contexto internacional, no plano das doutrinas, considerando a posição leninista em relação à militância comunista de pessoas religiosas e os documentos emanados de Roma como a encíclica Divinis Redemptoris sobre o comunismo ateu, assinada pelo Papa Pio XI em 1937, mas também o modo como as posições doutrinais foram sofrendo reformulações. De seguida, investigarei os diversos contextos, no plano das práticas, que se desenvolveram no campo socialista em todo o mundo em relação à religião, que compuseram o pano de fundo para a orientação política do PCP de “um passado de cooperação” e um “futuro de amizade e ação comum” com os católicos, que permaneceu inalterada até hoje, e foi realçada no chamado “verão quente” de 1975.

Debate “Salários, Emprego, Precariedade - Pobreza de quem Trabalha”, 3 de Dezembro

17.11.2021

Manifestação Nacional CGTP-IN, 20 de Novembro

17.11.2021

Seara Nova: 100 Anos de Acção e Pensamento Crítico

16.11.2021

1921-2021: Nos 100 Anos do PCP —
Imaginários Políticos e Expressões Culturais

15.11.2021

A Mão Estendida aos Católicos

02.11.2021

O colóquio Cem Anos de Partido Comunista Português, organizado pelo Instituto de História Contemporânea, decorre esta semana na Biblioteca de Alcântara. Participarei no último dia, sábado, dia 6, com uma comunicação intitulada “A Mão Estendida aos Católicos: O Passado e o Presente de uma Política do PCP”. Deixo o resumo:

Em Novembro de 1943, o III Congresso do Partido Comunista Português aprovou o Informe do Secretariado do Comité Central, redigido por Álvaro Cunhal, com o título “Unidade da Nação Portuguesa na Luta pelo Pão, pela Liberdade e pela Independência”. Uma parte deste documento era dedicada à “mão ‘estendida’ aos católicos”. Neste escrito encontramos a síntese de uma orientação de cariz político para a acção dos comunistas junto dos católicos e na relação com a Igreja Católica. Esta comunicação começa por analisar este texto que articula uma política, baseada numa posição assumida como sendo de princípio, que se manteve e foi desenvolvida ao longo das décadas seguintes. Na verdade, como Cunhal não deixa de assinalar, a expressão não era nova nem era sua. Já tinha aparecido no Manifesto do Comité Central de Dezembro de 1942, no qual se lia: “Estendemos lealmente a mão aos católicos, assegurando-lhes que não desejamos atingir a sua liberdade de crença e prática de culto, certos de que o amor pela justiça e solidariedade humana que dizem sentir os trará à luta contra os massacradores das nações livres, contra os opressores do nosso povo e coveiros da independência nacional.”

Procurarei enquadrar esta posição no seu tempo original, tendo em conta o papel da Igreja como instituição na estrutura do poder fascista, nomeadamente chamando atenção para as críticas a que foi sujeita por parte de sectores anti-fascistas anti-clericais e para algumas dificuldades no cumprimento desta orientação no interior do PCP. No entanto, para entender melhor a base teórica desta posição e a sua dimensão concreta assim como as incompreensões que criou e as convergências que permitiu, não é possível fechá-la nos anos 1940.

Vale a pena, por isso, fazer um breve historial do desenvolvimento desta política até ao presente, para o qual a colectânea de textos de Cunhal, Maria Alda Nogueira, Octávio Pato, entre outros, “Comunistas e Católicos: Um Passado de Cooperação, Um Futuro de Amizade e Acção Comum”, publicada em pleno processo revolucionário pelas Edições “Avante!”, tem especial relevância. A mão estendida desembocou na busca activa da unidade com católicos progressistas, procurando a sua colaboração com ou a adesão ao PCP.

Atenção à Direita

27.10.2021

Há por aí doses desmedidas de idealismo, dramatismo, e fatalismo. Tudo coisas que são tão de esquerda como cruzar os braços, desistir da luta por outro país, outro mundo, mais democráticos, mais livres.

A Justa Homenagem a Aristides de Sousa Mendes

20.10.2021

Em boa hora “o Parlamento resolveu homenagear e perpetuar a memória de Aristides de Sousa Mendes, enquanto homem que desafiou a ideologia fascista, evocando o seu exemplo na defesa dos valores da liberdade e dignidade da pessoa humana e concedendo-lhe Honras de Panteão”, como se lê na Resolução da Assembleia da República n.º 47/2020. A iniciativa partiu da deputada Joacine Katar Moreira. Todos os partidos votaram a favor e participaram no Grupo de Trabalho, excepto o Chega. Para memória futura.

Estamos ao Teu Lado Todos os Dias

28.09.2021

Há sempre duas batalhas num dia de eleições. A primeira, mais evidente, é a batalha eleitoral, na qual se procura receber o maior número de votos. A segunda não é menos importante. É a batalha pela democracia, entendida de uma forma ampla, participada, e consequente. Para a Coligação Democrática Unitária (CDU) e o Partido Comunista Português (PCP), a democracia não se esgota num dia de eleições. Essa é a democracia política, essencial, mas curta, até porque não pode ser isolada de factores económicos, sociais, e culturais. A democracia deve, portanto, incluir também estas três vertentes. Pertence à democracia económica a subordinação do poder económico ao poder político democrático, em vez do contrário. Pertence à democracia social a garantia de dignas condições de vida e de trabalho para todos os cidadãos e o acesso generalizado e em igualdade aos serviços e benefícios sociais de que necessitam. Pertence à democracia cultural o acesso à criação e fruição da cultura e na liberdade e apoio à produção cultural. A luta pela democracia, pela sua construção, efectivação, e avanço faz-se no dia-a-dia. Razão pela qual as forças de compõem a CDU, em particular o PCP pela sua capacidade de organização e intervenção, não “acordam” de x em x anos quando há eleições. Estão no terreno dia após dia, junto de quem precisa, de quem luta por uma vida digna e melhor, onde tem eleitos e onde não tem. Saibam as populações reconhecer isso, quem não lhe falta, quem está sempre disponível, próximo, quando as câmaras de televisão não estão a filmar e as eleições não se aproximam, e traduzir isso em apoio político. Essa é a maior e mais decisiva batalha, aquela que se trava por uma maior consciência e participação políticas. Estamos ao teu lado todos os dias.

4.º Aniversário da Abertura das Candidaturas ao PREVPAP

14.06.2021

Histeria

30.05.2021

O descontrolo emocional, frequentemente acompanhado por gritos, de líderes da direita portuguesa, de André Ventura a Francisco Rodrigues dos Santos, não fere apenas os ouvidos. Fere a razão.

Arte e Pensamento, Modos de Transformar: 2.ª Sessão

26.05.2021

Solidariedade com a Palestina: Coimbra

12.05.2021

Arte e Pensamento, Modos de Transformar: 1.ª Sessão

12.05.2021

Exigências da CGTP-IN sobre o Teletrabalho

12.05.2021

8.ª Conferência da CIMH/CGTP-IN

12.05.2021

O Que Fazer?

01.05.2021


O 25 de Abril, dia da liberdade, chamou muita gente à rua. Muitas dessas pessoas estão preocupadas com o ataque à democracia que tira proveito das suas fragilidades. Esta ofensiva vem de forças políticas que sempre conviveram mal com as conquistas da Revolução de Abril e com ela querem acertar contas. Por vezes essas pessoas inquietas perguntam: o que fazer para resistir e manter a esperança? Lutar. Foi o que aconteceu em 1974, no 1.º de Maio depois do 25 de Abril. Foi o que fizemos hoje em todo o país. É o que fazemos todos os dias. Só a luta organizada transforma a realidade social e aprofunda a democracia. Só a luta organizada produzirá uma nova sociedade. Uma sociedade sem classes antagónicas, de liberdades alargadas, de economia e cultura desenvolvidas, ecologicamente equilibrada. Uma sociedade de justiça, baseada na igualdade de cidadania, no direito à diferença, na solidariedade humana, na fraternidade universal entre os povos, assente nos valores da soberania, da cooperação e da paz. (A foto do 1.º de Maio em Lisboa é da camarada Ana Pires.)

Inauguração do Mural “O 25 de Abril nas Escolas”

25.04.2021


A CGTP-IN esteve hoje representada no acto de inauguração do mural “O 25 de Abril nas Escolas”, frente ao Museu Nacional Liberdade e Resistência em Peniche. A delegação foi composta pela Ana Rita Carvalhais, Coordenadora da União dos Sindicatos de Leiria, e por mim, da Comissão Executiva do Conselho Nacional da CGTP-IN. A foto é do Luis Lobo. Eis a breve saudação que apresentei:

“Em nome da CGTP-Intersindical Nacional, agradeço o convite que nos foi dirigido para participarmos neste acto de inauguração. É uma honra podermos estar aqui e associarmo-nos à inauguração deste mural que em boa hora a FENPROF decidiu organizar e materializar, em parceria com o Município de Peniche, e em conjunto com várias organizações.

Comemorar o 25 de Abril de 1974 é celebrar a liberdade reconquistada pelo povo português e a instituição do regime democrático em que vivemos. Para trás ficaram 48 longos anos de ditadura fascista, combatida também nas organizações sindicais existentes e, mais tarde, através da criação da Intersindical em 1970. A Revolução de Abril é um momento ímpar da nossa história colectiva, um acto de emancipação social e nacional. Com esta celebração, damos valor às conquistas que resultaram deste processo, mas tomamos também o pulso à nossa capacidade para defendermos, desenvolvermos, e alargarmos o que conquistámos. A história da democracia de Abril ainda está ser escrita, também por nós aqui, com os olhos postos no futuro de um Portugal mais desenvolvido e assumidamente soberano.

Mais do que uma data, o 25 de Abril assinala o início de um processo revolucionário protagonizado pelo povo e pelos militares progressistas que realizou profundas transformações e conquistas democráticas no nosso país. Conquistaram-se liberdades e garantias, direitos políticos, económicos, sociais e culturais, afirmaram-se a soberania e a independência nacionais. Valores e princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa que representaram avanços significativos nas possibilidades de organização dos trabalhadores para a sua própria defesa, como elemento mais frágil no interior das relações laborais.

Neste dia, o povo e os trabalhadores demonstram em todo o país a sua vontade em continuar a lutar contra a exploração, por melhores condições de vida e de trabalho, por uma justa distribuição da riqueza produzida, pelo avanço nos direitos, pela valorização dos trabalhadores. Este mural, pelas suas imagens, pela importância que dá à expressão artística, pelo esforço colectivo que o tornou possível, é também uma peça da afirmação de que o 25 de Abril continua vivo na nossa intervenção, no nosso pensamento, nas nossas aspirações. A democracia não é uma conquista eterna. A democracia reclama a nossa vigilância e a nossa protecção empenhada. Reclama também que se reconheça esta simples verdade: se há promessas de Abril que ainda não se cumpriram, cabe-nos não desistir delas e lutar para que se concretizem, dando sentido real ao projecto emancipador e democrático associado a este dia, de progresso e justiça social. A CGTP-Intersindical Nacional considera, por isso, que continua a ser o 25 de Abril e o caminho até ao 1.º de Maio a encerrarem a chave do futuro.”

Manifestação Nacional “Por Uma Europa dos Trabalhadores e dos Povos”, 8 de Maio

21.04.2021

1.º Maio: Lutar pelos Direitos! Combater a Exploração!

19.03.2021

Debate “CGTP-IN das Raízes à Actualidade - Sindicalismo do Presente para o Futuro”

16.03.2021

Os 50 anos de história da Central de classe dos trabalhadores, são, também, parte da história do movimento operário e sindical português. Dar continuidade às comemorações do cinquentenário, que se iniciaram em 2019, constitui, assim, um momento de enorme importância para reafirmar as características da CGTP-IN, e, essencialmente, para projectar o presente e o futuro. A CGTP-IN, no âmbito das Comemorações do seu 50º Aniversário, realiza, hoje, a 16 de Março, o Debate com o tema “CGTP-IN das Raízes à Actualidade - Sindicalismo do Presente para o Futuro”. Tem lugar na Casa do Alentejo, hoje em Lisboa. Pode ser visto aqui em directo (ou mais tarde).

Reunião de Docentes e Investigadores da Universidade de Coimbra

09.03.2021

Semana da Igualdade 2021

08.03.2021

8 de Março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, começa a Semana da Igualdade. Um dia de todas as lutas. Uma luta de todos os dias. O tempo passa e a trajectória das desigualdades entre mulheres e homens mantém-se no mundo do trabalho.

Uma situação que urge alterar, num quadro político, económico e social em que a hipocrisia tem de acabar. Todos falam na importância da igualdade entre mulheres e homens, mas nem todos garantem a sua efectivação nos locais de trabalho e asseguram a sua concretização na vida e na sociedade.

As mulheres são elogiadas pelo trabalho que fazem, mas continuam a ser preteridas nos direitos e esquecidas nos salários.

As mulheres estão na linha da frente do combate à pandemia e sofrem as consequências do aumento da carga de trabalho (nos hospitais, lares, assistência social, limpeza). Estão em maioria nos sectores mais afectados pela destruição de emprego (como na hotelaria, restauração, turismo, serviço doméstico).

Conhecem as agruras da desregulação de horários de trabalho e as dificuldades em conciliar a actividade profissional com a vida pessoal e familiar (como na indústria, comércio e serviços). São as mais afectadas pelo teletrabalho (designadamente no atendimento ao público, na educação e nos serviços públicos).

E constituem mais de 80% dos que recorrem aos apoios extraordinários à família.

Mas não só. No final de 2020, mais de metade dos trabalhadores com vínculo precário, eram mulheres.

As discriminações das mulheres vão desde o acesso ao emprego, à progressão da carreira profissional e aos salários, que são, em média, 14% mais baixos comparativamente com os dos homens em trabalho igual ou de valor igual, chegando aos 26%, nos quadros superiores.

São também as mulheres que auferem, em maior número, o salário mínimo nacional.

E se a situação já era grave, com a pandemia piorou.

Com as situações de lay-off, dispensas para apoio extraordinário à família, entre outras, as mulheres sofreram uma perda salarial na ordem dos 16% no ano de 2020.

Isto num quadro em que a maioria das trabalhadoras desempregadas não tem acesso a prestações de desemprego e os riscos de pobreza e de exclusão social são maiores entre as mulheres.

Perante estes factos, dados e números objectivos, o Governo fala muito e faz pouco.

Ao invés de combater a precariedade, a desregulação dos horários, os despedimentos fáceis e baratos e acabar de vez com a norma da caducidade das convenções colectivas, o Governo opta por manter uma legislação laboral que coloca Portugal como o quarto país da União Europeia onde se trabalha mais horas por semana. O trabalho por turnos, à noite, ao sábado ou domingo, tem crescido bastante nas últimas duas décadas e já abrange 860 mil mulheres, que corresponde a mais de 40% do total das assalariadas.

Ou seja, trabalhamos mais, ganhamos menos e com o desencontro de horários e dias de descanso semanal, o tempo que sobra para as entidades patronais, falta para o acompanhamento dos nossos filhos e para o convívio familiar. Por outro lado, num quadro em que o lucro é endeusado e os direitos laborais e sociais fragilizados, a intensificação dos ritmos de trabalho leva a que sejam as mulheres a sofrerem o maior número de doenças profissionais, em especial, lesões músculo-esqueléticas e as derivadas do stress.

Uma situação que as coloca também em maioria, entre as vítimas de assédio laboral e violência doméstica, com reflexos negativos na sua vida pessoal e no trabalho.

Para além do mais, a subvalorização do trabalho e das competências das mulheres, assim como o seu reflexo na retribuição, que é geralmente mais baixa ao longo da vida, reflecte-se também no baixo valor das prestações de protecção social e nas pensões de reforma.

Todas estas razões são bastantes para fazer do 8 de Março – Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, um dia de luta, contrariando a tese do patronato da CIP que decidiu organizar um conferência “onde o palco será de homens”, para celebrar a data “como um legado histórico e não como um dia de luta”.

Estes são os que, cinicamente, dizem defender a igualdade, mas opõem-se às propostas que visam melhorar e efectivar os direitos das mulheres trabalhadoras, ao mesmo tempo que, muitos deles, insistem na recusa de horários flexíveis a mães e pais trabalhadores com filhos até aos 12 anos de idade.

Eles têm razões para terem medo da nossa luta, porque foi a coragem e determinação de mulheres e homens que levaram a CITE a assumir pareceres favoráveis a 80% dos pedidos de horários flexíveis apresentados pelos trabalhadores, na sua maioria mães trabalhadoras.

O patronato sabe, de acordo com um estudo recentemente publicado, que “se em Portugal existisse igualdade salarial, e se as mulheres ganhassem o mesmo que os homens com idêntico nível de escolaridade e de qualificação, elas teriam recebido em 2020 mais 5.517 milhões de euros de salários”.

Este é um dinheiro que é nosso e que ficou nos bolsos dos patrões, perante a cumplicidade do Governo e a passividade da ACT, que em vez de protegerem quem trabalha, deram cobertura a quem explora.

Cumprimos com os nossos deveres. Exigimos que respeitem e efectivem os nossos direitos!

Eles podem ter a força do poder. Mas nós temos a força da razão!

A igualdade entre mulheres e homens é uma luta que vamos continuar a travar para ganhar!

Uma luta de mulheres e de homens:

- Pelo emprego estável e com direitos / Contra a precariedade e o desemprego
- Pelo aumento geral dos salários / Contra a discriminação e a pobreza
- Pelas 35 horas semanais e a conciliação / Contra a desregulamentação dos horários de trabalho
- Pela saúde no trabalho e a protecção dos trabalhadores face à Covid-19 / Contra os elevados ritmos de trabalho e as doenças profissionais
- Pela dignidade, pela liberdade sindical e a efectivação de direitos nos locais de trabalho / Contra a violência e o assédio.

Vamos à luta contra a exploração, pelo direito à igualdade das mulheres, no trabalho e na vida, como uma fonte de progresso e justiça social para todos os trabalhadores e para o desenvolvimento do País.

Porque enquanto as mulheres forem discriminadas, nenhum homem será verdadeiramente livre.

VIVA A LUTA DAS MULHERES TRABALHADORAS!

8 de Março de 2021
CIMH/CGTP-IN

Trabalho com Direitos na Cultura!

08.03.2021

Um recado para Portugal: o “estatuto do intermitente” está a funcionar às mil maravilhas em França. Há “soluções” que parecem “novas”, “frescas”, “inovadoras” — normalmente copiadas de outros países, diga-se. Mas limitam-se a perpetuar os problemas e com uma argumentação que é essencialmente neoliberal na forma como naturaliza a precariedade no sector da cultura. São propostas velhíssimas, porque, no fundo, deixam tudo na mesma. Direito ao trabalho! Trabalho com direitos! Também na cultura!

Os Cristãos como Propriedade Privada

07.03.2021

Francisco Rodrigues dos Santos (CDS) decidiu comentar as comemorações do centenário do Partido Comunista Português. A comunicação social fez eco da investida ideológica. Disse ele que não aceita aquilo a que chama de “glorificação do comunismo”. Parece preferir o mitificação da “democracia cristã”. A expressão sempre me pareceu um evidente equívoco. A história humana tem demonstrado que a religião e a política, tendo intercessões e ligações na vida de muita gente, não devem ser amalgamadas dessa forma como se fossem a mesma coisa ou dependessem uma da outra. A separação entre o poder político (César) e a autoridade religiosa (Deus) permanece fundamental (Mt 22,21). Independentemente destas minhas reservas, distâncias, e distinções, é da mais elementar honestidade intelectual reconhecer que há partidos que se assumem como cristãos e de esquerda, como a chilena Izquierda Cristiana, participante na Unidade Popular (1971-1980), apoiante de Salvador Allende, e aliado permanente do Partido Comunista do Chile em diversas coligações. Só que no panorama chileno também há um partido cristão de direita. É o suficiente para desfazer a ideia de que os cristãos são de direita. Em Portugal, a insistência na expressão “democracia cristã” só pode significar que para a direita portuguesa até os cristãos são propriedade privada.

1921-2021

06.03.2021

Como falar desta alegria? Com dificuldade. Das coisas vitais é difícil falar. Não falamos sobre o que nos corre nas veias porque é isso que nos faz falar. Já lá vai quase uma década e há uma história imensa de coragem e abnegação que entra pela nossa vida adentro até que uma se integre na outra. No meio das dificuldades, e as de hoje pouco são em comparação com as de outros tempos, o vivo contentamento não nos abandona. Escreve Álvaro Cunhal no início de “O Partido com Paredes de Vidro”: “A alegria de viver e de lutar vem-nos da profunda convicção de que é justa, empolgante e invencível a causa por que lutamos. O nosso ideal, dos comunistas portugueses, é a libertação dos trabalhadores portugueses e do povo português de todas as formas de exploração e opressão.” E acrescenta no fim do livro: “Partido da classe operária portuguesa, o PCP é activamente solidário com os trabalhadores de outros países capitalistas e as suas vanguardas revolucionárias na luta contra o capital e com todas as revoluções emancipadoras (da exploração de classe, do domínio colonial e nacional, de regimes de opressão) que se inserem no processo universal de liquidação do imperialismo e de libertação da humanidade.” Entre as páginas iniciais e as finais, encontramos a sistematização sobre o Partido Comunista Português tal como é construído, vivido, e desejado pelos seus militantes. Fazemos 100 anos. Temos uma longa história, de mulheres e homens que lutaram pela liberdade e pela democracia, nalguns casos até lhes roubarem a vida. Temos experiência acumulada. Mas é sempre o futuro que nos chama e nos move como força colectiva. Transformar o mundo numa “terra sem amos” continua a ser a nossa tarefa. Durante 48 anos de fascismo, houve quem pensasse que a ditadura nunca acabaria, mesmo no dia 23 de Abril de 1974. Quem se organizou e lutou para que isso fosse uma realidade não pensava assim. Agir era uma forma de antecipar esse futuro, de ter a certeza que viria. Não corremos atrás de utopias. Vamos ao encontro das potencialidades do presente, ontem, hoje, amanhã.

Deolinda Machado no Centenário do PCP

01.03.2021

Se há pessoa com quem me cruzei e sem a qual a minha vida religiosa e política seria completamente diferente, essa pessoa é a Deolinda. Não é militante do PCP, mas reconhece a sua importância fundamental. Por isso, tem colaborado regularmente com o partido como independente ao longo dos anos. É uma activista católica em defesa da classe trabalhadora, da construção de uma sociedade mais justa, sem exploração humana, e da erradicação da pobreza. Com ela aprendi muito. Com ela continuo a aprender. O que está aqui.

Nada de Novo

26.02.2021

A expressão “burguesia do teletrabalho” faz tanto sentido como “proletariado do capital digital”. Certamente não é para ter lógica. Será para confundir, para dividir, para atrasar a luta do trabalho contra o domínio do capital. Nada de novo, portanto.

O Trabalho Científico em Portugal:
Precariedade e Burnout

04.02.2021

Dizer e Entender

26.01.2021

Na RTP1, Diogo Pachedo de Amorim (esse, ex-MDLP, organização bombista do pós-25 de Abril) diz “ascensão” e a jornalista Ana Lourenço entende “excepção”. Foi um mal-entendido que ficou por resolver porque rapidamente se passou para outra questão. Mas foi um equívoco tão revelador quanto o facto de ter ficado em aberto, sem discussão.

Viver

24.01.2021

Nestas eleições não estou ao serviço numa mesa de voto, como é habitual, porque sou mandatário da candidatura de João Ferreira. Votei e tenho acompanhado os comentários aqui e acolá. Só posso dizer que estão a ser cumpridas todas as regras sanitárias para tornar seguro este acto eleitoral. Tal capacidade de organização num tempo tão difícil e exigente é um triunfo da nossa democracia que deve ser assinalado. O único perigo que alguém pode correr é mesmo o de não ir votar. Um familiar que faz parte de um grupo de risco (idade avançada) disse-me esta semana que não ia votar porque tinha receio. Entendi, embora eu próprio faça parte de um grupo de risco (doença respiratória crónica), mas comentei-lhe que era mais perigoso ir ao supermercado. Ao que ele me respondeu que nesse caso tem mesmo que ir, caso contrário não sobrevive. Fiquei a pensar que uma boa razão para irmos votar é assegurar que vivemos em vez de simplesmente sobrevivermos.

Defender a Democracia dos Seus Inimigos

23.01.2021

A ideia de que, nesta eleição, defender a democracia dos seus inimigos é votar para “o segundo lugar” ou para “um lugar à frente de”, é um absurdo, um gesto de despolitização da política. A democracia só se defende quando não se deixa fazer refém dos seus inimigos. Quando não os promove, mesmo que inadvertidamente. Quando não cai nas suas armadilhas e emboscadas. Quando não lhes passa armas para a mão. Quando não se deixa confinar por eles. Em suma, defender a democracia é apoiarmo-nos nos seus fundamentos — em especial na nossa Constituição, que regula a vida social em Portugal, assume valores, afirma um caminho de construção de um país mais livre, mais justo, mais fraterno.

O Capitalismo Não É Verde

23.01.2021

Vale a pena insistir: o capitalismo não é verde. Leia-se com atenção estas notas de Vasco Cardoso.

Os Preconceitos Fechados

21.01.2021

Já terá acontecido a muitos católicos e não apenas a mim. Amiúde, alguém que pouco sabe sobre religião, em geral, e sobre a Igreja Católica, em particular, aparece-nos com uma artilharia de estafados preconceitos que confunde com um conhecimento profundo. Em muitos casos, são fruto do que ouviu dizer ou da sua limitada experiência pessoal. Demora pouco até nos acusar de não sermos bem católicos, de fazermos afirmações que “não são permitidas aos fiéis” por contradizerem a visão fundamentalista que nos atribui. Eu, que como dominicano tenho convicção e gosto em ser ortodoxo, costumo ficar atónito. Como comentou o camarada Joaquim Namorado, homem livre, “a ortodoxia é uma verdadeira aventura neste mundo de heterodoxias cómodas e de aspiração à irresponsabilidade [...] é a forma mais eficaz de construir (sonhar) o futuro”. Lembrei-me disto quando assisti à estimulante “conversa improvável” entre José Pacheco Pereira e João Ferreira para o Público. A troca de palavras entre os dois atingiu um clímax hilariante quando o primeiro insistiu com o segundo que “um marxista-leninista não pode dizer isso” porque aquilo que estava a ouvir sobre a importância da vontade no curso transformador da história não corresponde à ideia simplista e rígida que tem do marxismo-leninismo. É o que acontece quando uma pessoa acha que sabe tudo sobre um tema à partida e arrumou esse dito saber numa gaveta estanque, fechada à chave.

O Contrário de um Fascista

20.01.2021

Nunca esquecerei uma lição que passou de gerações mais velhas e experientes de camaradas para nós: o contrário de um fascista é simplesmente um democrata, não um adepto desta ou daquela ideologia.

Das Raízes

19.01.2021

Há campanhas feitas com muito esforço e companheirismo por apoiantes. E há uma campanha que está a ser praticamente feita sem qualquer esforço, por descuido ou simples insensatez, por quem acha que a melhor forma de participar na luta política não é apoiar alguém, é combater alguém, comentando todas as suas provocações, promovendo-o a todo o vapor. Pensem.

Pensem, Por Favor

17.01.2021

Vejo muita gente a partilhar imagens de três bispos portugueses, António Marto, José Tolentino Mendonça, e Manuel Clemente, com citações contra o homem de quem se fala demasiado e o seu partido. São obviamente falsas. Entendo que algumas pessoas gostassem que fossem verdadeiras, embora não seja o meu caso. É verdade que o conteúdo geral das frases, não o seu destinatário declarado, já foi articulado. Mas o que vale a pena perguntar é: quem criou estas imagens? Penso que só faz sentido que tenham sido elementos do partido visado. A estratégia é sempre a mesma: semear divisões (até dentro da Igreja Católica), procurar provocar reacções, gerar oportunidades de vitimização para aparecerem como anti-sistema, aumentar a campanha nas redes sociais à custa de adversários que fazem o favor de divulgar e multiplicar o nome do deputado e do seu partido. Pensem, por favor.

Pensem

14.01.2021

Há campanhas feitas com muito esforço e companheirismo por apoiantes. E há uma campanha que está a ser praticamente feita sem qualquer esforço, por descuido ou simples insensatez, por quem acha que a melhor forma de participar na luta política não é apoiar alguém, é combater alguém, comentando todas as suas provocações, promovendo-o a todo o vapor. Pensem.

João Ferreira 2021: Sessão Dedicada à Cultura

13.01.2021

O vídeo da sessão dedicada à cultura de apoio da candidatura de João Ferreira a Presidente da República está aqui, com intervenções da atriz Maria João Luís, da cantora Maria Antónia, do músico Luis Varatojo, da programadora de cinema Cíntia Gil, do escritor Pedro Vieira, da escritora Ana Margarida De Carvalho, do dirigente sindical Rui Galveias, e demais apoiantes deste sector tão fustigado no presente e tão essencial para a democracia.

A Distribuição dos Afectos de Marcelo

12.01.2021

Mesmo agora no debate a sete, João Ferreira sobre a luta dos trabalhadores da refinaria de Matosinhos que não receberam uma só palavra do actual Presidente da República: “Os afectos de Marcelo Rebelo de Sousa são assim como a riqueza nacional: existem mas estão muito mal distribuídos.”

350 Professores e Educadores Apoiam João Ferreira

11.01.2021

Integro com toda a convicção a lista de mais de 350 professores e educadores que apoiam João Ferreira. Para não abandonarmos a esperança. Para que a esperança não nos abandone. Aqui.

Duas Palavras

10.01.2021

Uma palavra que nunca se ouve da boca de um liberal: solidariedade. Faz par com outra que só se ouve a custo: sociedade.

O Candidato da Anti-Democracia

03.01.2021

Habituei-me a dar mais importância mais ao que as pessoas fazem do que ao que dizem. Não é que o que se faz tire validade ao que se diz, se houver contradição entre uma coisa e outra. É que, em muitas ocasiões, na nossa vida individual e colectiva, precisamos de saber quem temos à nossa frente. O debate com João Ferreira foi a demonstração cabal, para quem ainda tinha dúvidas, de que André Ventura não é um democrata. Mesmo com neo-nazis antigos associados de Mário Machado e operativos da rede bombista que aterrorizou Portugal no pós-25 de Abril nas fileiras do Chega!, há quem insista em desvalorizar um movimento que tem tido ampla ajuda na comunicação social dominante para ter presença mediática permanente e se tornar o centro da discussão política — como se comprovou ontem, aliás. Há quem ainda veja Ventura como um simples pateta. Essa ingenuidade sairá muito cara. O alvo deste grupo só é o “sistema” se por essa palavra se entender o edifício da própria democracia construída no nosso país depois de 1974, em consolidação e desenvolvimento.