Comunistas e Católicos

03.12.2021

O congresso internacional 1921-2021: Nos 100 Anos do PCP — Imaginários Políticos e Expressões Culturais, organizado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, decorre nos p´roximos dias 6 e 7 na Faculdade de Letras da mesma instituição. Participarei no primeiro dia, sábado, dia 6, com uma comunicação intitulada “Comunistas e Católicos: A Opção do PCP no Contexto Internacional”. Deixo o resumo:

Em Novembro de 1943, o III Congresso do Partido Comunista Português aprovou o Informe do Secretariado do Comité Central, redigido por Álvaro Cunhal, com o título “A Unidade da Nação Portuguesa na Luta pelo Pão, pela Liberdade e pela Independência”. Uma parte deste documento era dedicada à “mão ‘estendida’ aos católicos”. Aqui encontramos a síntese de uma orientação de cariz político para a ação dos comunistas junto dos católicos e na relação com a Igreja Católica. Começarei por analisar esta opção no contexto internacional, no plano das doutrinas, considerando a posição leninista em relação à militância comunista de pessoas religiosas e os documentos emanados de Roma como a encíclica Divinis Redemptoris sobre o comunismo ateu, assinada pelo Papa Pio XI em 1937, mas também o modo como as posições doutrinais foram sofrendo reformulações. De seguida, investigarei os diversos contextos, no plano das práticas, que se desenvolveram no campo socialista em todo o mundo em relação à religião, que compuseram o pano de fundo para a orientação política do PCP de “um passado de cooperação” e um “futuro de amizade e ação comum” com os católicos, que permaneceu inalterada até hoje, e foi realçada no chamado “verão quente” de 1975.