O Candidato da Anti-Democracia

03.01.2021

Habituei-me a dar mais importância mais ao que as pessoas fazem do que ao que dizem. Não é que o que se faz tire validade ao que se diz, se houver contradição entre uma coisa e outra. É que, em muitas ocasiões, na nossa vida individual e colectiva, precisamos de saber quem temos à nossa frente. O debate com João Ferreira foi a demonstração cabal, para quem ainda tinha dúvidas, de que André Ventura não é um democrata. Mesmo com neo-nazis antigos associados de Mário Machado e operativos da rede bombista que aterrorizou Portugal no pós-25 de Abril nas fileiras do Chega!, há quem insista em desvalorizar um movimento que tem tido ampla ajuda na comunicação social dominante para ter presença mediática permanente e se tornar o centro da discussão política — como se comprovou ontem, aliás. Há quem ainda veja Ventura como um simples pateta. Essa ingenuidade sairá muito cara. O alvo deste grupo só é o “sistema” se por essa palavra se entender o edifício da própria democracia construída no nosso país depois de 1974, em consolidação e desenvolvimento.