A ideia de que, nesta eleição, defender a democracia dos seus inimigos é votar para “o segundo lugar” ou para “um lugar à frente de”, é um absurdo, um gesto de despolitização da política. A democracia só se defende quando não se deixa fazer refém dos seus inimigos. Quando não os promove, mesmo que inadvertidamente. Quando não cai nas suas armadilhas e emboscadas. Quando não lhes passa armas para a mão. Quando não se deixa confinar por eles. Em suma, defender a democracia é apoiarmo-nos nos seus fundamentos — em especial na nossa Constituição, que regula a vida social em Portugal, assume valores, afirma um caminho de construção de um país mais livre, mais justo, mais fraterno.