Um grupo de 83 milionários propôs a aplicação imediata de uma taxa permanente sobre as maiores fortunas do planeta para ajudar a “minimizar” os efeitos da crise. Parecem ter consciência que a crise também se vai fazer sentir sobre a venda dos produtos que as suas empresas comercializam. A arraia-miúda só serve para a labuta e o consumo, nunca para usufruir verdadeiramente dos frutos do seu trabalho. E que tal acabarmos com o que gera essa abundância, as grandes heranças e a intensa exploração? É que o mundo seria muito diferente, bem mais justo e humanizado, sem esses mecanismos que mantêm e aprofundam as desigualdades sociais. Assim dito, o apelo soa tão hipócrita como as iniciativas de “responsabilidade social” usadas para lavar a cara dos gigantes empresariais que, sistematicamente, fomentam a precariedade, descartam trabalhadores, praticam baixos salários, e violam direitos laborais.