Há quem pense que vivemos numa sociedade mais democrática quando se lançam suspeitas, se constroem especulações, se distorcem situações, se comenta sem ter informação, se expõe um olhar preconceituoso, com a leviandade de quem pouco ou nada pensa na dignidade dos outros. Para observar isto basta ler João Miguel Tavares e outros fazedores de opinião populista, que nunca se responsabiliza pelas suas calúnias. A cautela, o recolhimento, a ponderação, o rigor passam a ser qualidades que escasseiam. A história mostra que assim se agita um caldo cultural onde tudo parece desabar, numa voragem vista como incontrolável, até vir alguém “meter ordem nisto”. É a porta escancarada para o autoritarismo. Não contem comigo.