Contra o Alarmismo e o Pânico

16.03.2020

Escreve-vos alguém com problemas respiratórios, isto é, com risco de complicações se for infectado com COVID-19. O alarmismo e o pânico começam a instalar-se, numa altura em que a calma e a racionalidade são necessárias. Há quem se dedique a partilhar claros exemplos de desinformação e visões catastrofistas, sem divulgar as orientações claras das autoridades de saúde que podem salvar vidas. Muitas vezes, sem reconhecer o trabalho feito no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, que precisa de mais meios e profissionais, e acesso generalizado e gratuito, como houve quem não se cansasse de defender. Sobram supostos especialistas, onde devia haver cidadãos solidários, agentes de saúde pública. Independentemente das questões sociais e económicas, que não podem ser esquecidas e têm tido uma resposta desequilibrada, as medidas tomadas em Portugal e o seu sucessivo ajuste têm andado à frente das de outros países. Há um período de avaliação da eficácia dessas medidas que tem a ver com o período de incubação do vírus. O número de casos confirmados de contágio tem crescido, mas sem aceleração. A declaração de estado de emergência, a imposição de quarentena obrigatória, devem ser admitidas, mas também têm de ser ponderadas. Quem puder que fique em casa. E que se pense em quem nem casa tem e em quem a pode vir a perder.