Ouço António Costa falar sobre as novas normas laborais e só consigo imaginar os grandes patrões sem escrúpulos a esfregarem as mãos de contentes e os jovens trabalhadores a coçarem a cabeça, perplexos. Diz ele que o período experimental foi aumentado, sim senhor, para 180 dias, mas foi integrado nos contratos sem termo de trabalhadores, perdão, colaboradores. Para todos? Não, só para quem procura o primeiro emprego e desempregados de longa duração sem qualificações — talvez seja para serem castigados pela sua circunstância com o infortúnio. E o período experimental implica um vínculo efectivo posterior? Nem por isso, na prática transforma-se num contrato a termo de seis meses, sem necessidade de fundamentação e sem direito a compensação — talvez seja para viverem alegremente num carrossel.