É na política e na religião. Volta e meia cruzo-me com pessoas que defendem de modo obstinado, contra os factos registados pelos anos e séculos, que tudo permanece e deve permanecer na mesma. As comunidades políticas e religiosas fazem parte da dinâmica história e do tecido social. Desafiam e são desafiadas. Isso não quer dizer que o fundador, o essencial, não se mantenha. Mas as pessoas a que me refiro têm dificuldade em distinguir o essencial do que não o é. Algumas rejeitam liminarmente que tal distinção possa ser feita. Mas atribuir a tudo a mesma importância, não é pôr em causa a própria noção de importância? Assim se cegam os olhos e se endurece o coração.