Escreve Gabriel Mithá Ribeiro no Observador, depois de um conjunto de artigos em defesa de Bolsonaro: “Portanto, é hoje muitíssimo mais fácil encontrar tentações totalitárias nos Davides Dinises do que nos milhões de apoiantes de Jair Bolsonaro.” Portanto, é fácil de deduzir o papel que este jornal pode vir a ter no futuro em Portugal pelo papel que já hoje tem. Outra nota para o futuro a juntar à de ontem.
Mithá Ribeiro argumenta ainda de modo desculpabilizador que “nunca se comprovou ser possível predizer comportamentos (o que se faz) através da verbalização de atitudes (o que se diz)”. Ou como já disse a actriz Regina Duarte de forma mais colorida: “quando conheci Bolsonaro encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, que faz brincadeiras homofóbicas da boca pra fora, um jeito masculino... que chamava o brasileiro de preguiçoso e dizia que lugar de negro é na cozinha; sem nenhuma maldade”. O discurso político é, em si, um comportamento. E este tem incitado comportamentos violentos, mostrando como o futuro do Brasil pode ser tenebroso. Não é “jeito masculino”. É jeito fascista.