Haddad & Manu 13

08.10.2018

Não voto para as eleições brasileiras. Não sou cidadão brasileiro. Une-me ao Brasil, a língua, muitas e grandes amizades, e a solidariedade com as forças progressistas desse país. Muitas pessoas têm repetido que é preciso derrotar Bolsonaro e a extrema-direita, a que nega a fraternidade e a igualdade, criminaliza os pobres, menospreza as mulheres, maltrata as minorias, apela à violência, defende a tortura, desvaloriza os serviços públicos, e advoga a restrição dos processos democráticos. Para isso, como a campanha para a primeira volta demonstrou, não basta dizer não, é necessário dizer sim a um projeto político alternativo a este. A verdade é que quando o #EleNão explodiu, a subida de Haddad/Manu parou e Bolsonaro/Mourão subiu. Este é talvez o efeito de um jogo populista que é perigoso jogar: quando muita gente se posicionou contra Bolsonaro sem declarem quem apoiavam, isso colocou-o no centro das eleições e caracterizou-o ainda mais como uma “novidade”, uma “lufada de ar fresco”, que vinha resolver problemas que se acumularam. Isto tudo para dizer algo muito simples. Não sei se quem votou em Bolsonaro/Mourão vai mudar de voto e uma pequena percentagem de quem votou noutras candidaturas poderá transferir o voto para essa candidatura na segunda volta. O voto em Bolsonaro parece ser mais de protesto e menos de convicção. Mas será preciso mobilizar quem não votou na primeira volta para que votem e escolham Haddad/Manu. Será preciso fazer campanha por Haddad/Manu para ganhar a segunda volta. Será preciso dizer sim, em vez de dizer apenas não.