O fim vaticinado ao PCP não é um diagnóstico, é um desejo. As notícias são manifestamente exageradas, embora se entenda a sofreguidão, tendo em conta o papel político que o PCP desempenha, o modo como enfrenta relações sociais de exploração vendidas como inevitáveis.
Há quem diga que está ultrapassado. Quem o diz normalmente reconhece a novidade da solução governativa actual, que se deve efectivamente ao primeiro passo dado pelo PCP com o desafio que lançou ao PS e a António Costa. Conseguiram-se avanços reais.
A vida (e a alegria, já agora) do PCP vê-se no seu trabalho de análise aprofundada, de corajosa intervenção diária, de proposta concreta, e também na camaradagem que se estende ao esforço unitário.
O PCP, que muitos amarram à ideologia ou a “velhas ideologias”, não é um partido ideológico, é o partido da classe trabalhadora em Portugal com quase um século de idade, de experiência e saber acumulados. Não foi criado em laboratório por uma elite. É e continuará a ser uma organização vital enquanto vivermos numa sociedade dividida contra si própria, em classes com interesses em choque, cerceando a liberdade, mantendo desigualdades, confinando a participação democrática, elitizando o acesso à educação e à cultura, alimentando guerras.
Esta luta precisa de ser reforçada, não esvaziada.