O endividamento do Estado era o interesse directo da fracção da burguesia que dominava e legislava através das câmaras. O défice do Estado, esse era o verdadeiro objecto da sua especulação e a fonte principal do seu enriquecimento. Todos os anos um novo défice. Quatro ou cinco anos depois um novo empréstimo. Cada novo empréstimo oferecia à aristocracia financeira uma nova oportunidade de defraudar o Estado, mantido artificialmente à beira da bancarrota; ele via-se obrigado a pedir mais dinheiro aos banqueiros, nas condições mais desfavoráveis.
Podia ter sido escrito ontem, mas Karl Marx escreveu isto em 1850, a propósito da situação em França em 1848-50. 160 anos depois, os mecanismos do capitalismo continuam os mesmos. Em 1848 até já havia PPPs na construção do caminho de ferro em França.
O caminho tem que ser intensificar e alargar a luta pela derrota deste este pacto de agressão das troikas, a ruptura com esta política e a construção de uma política patriótica e de esquerda.