Que a direita invista contra a CGTP-IN no rescaldo de mais um Congresso, não é novidade. Faz parte da realidade social portuguesa. Que quem se diz se esquerda vá atrás, é uma infelicidade. O problema de José Pedro Castanheira não é com Isabel Camarinha. É mesmo com a Intersindical, como o último parágrafo do seu artigo deixa bem claro. O problema dele é que esta grande organização sindical de massas tem mudado, mas permanece e permanecerá fiel às suas raízes de classe, à sua experiência histórica, à sua natureza unitária, com a espinha inquebrável.
A Importância da Área do Trabalho
Arménio Carlos deu uma excelente entrevista sobre as questões laborais fundamentais, hoje, em Portugal, ao jornal i. Só tive oportunidade de a ler agora. A jornalista Sónia Peres Pinto merece elogios pela preparação e seriedade. Ora leiam aqui.
Progresso, Não Retrocesso
Pedro Pinto, jornalista da TVI, trabalhador do sector da comunicação social, entrevistou a Secretária-Geral da CTGP-IN. Carrega, Isabel! Um trabalhador facilmente percebe a necessidade da redução do horário de trabalho e do aumento dos salários, como este excerto demonstra:
PEDRO PINTO (PP): Portanto, não teme uma clivagem entre o sector privado e sector público cada vez maior, uma clivagem cada vez mais encarniçada.
ISABEL CAMARINHA: Deve é haver aproximação, mas no progresso e não no retrocesso. Os trabalhadores da administração pública já tinham as 35 horas, foram-lhes retiradas durante algum tempo.
PP: E os exemplos têm de ser dados pelo Estado.
O Futuro Aguarda-nos
A primeira grande acção de luta da CGTP-IN na qual participei foi a Greve Geral de 27 de Junho de 2013. A solidariedade entre trabalhadores contra um governo PSD/CDS-PP com uma agressiva política anti-laboral e anti-social, a tensão nalguns piquetes de greve, a polícia a um palmo, a esperança a renascer, o cansaço sem vencer o estado de alerta, a força colectiva, valeu a pena. Recupero o que escrevi na manhã desse dia, aqui no FB: “Foi uma longa noite de piquetes em Coimbra. Estamos em greve. Passos Coelho diz que o país não precisa de greves, mas de trabalho. Mas uma greve como a que construímos esta noite é um trabalho pela justiça social, pela libertação da exploração e do empobrecimento. O que nos recusamos é a trabalhar para a nossa desgraça.” Enfim, são memórias. O futuro emancipado, justo, fraterno, sem exploradores nem explorados, aguarda-nos.
Três Mulheres, Três Exemplos
Fui colocado mesmo ao lado de três mulheres corajosas e lutadoras do meu sindicato que são um exemplo para mim e para quem não desiste de fazer este mundo avançar, com uma dedicação infatigável à resolução dos problemas laborais concretos no ensino e na investigação: Filomena Pires, Dulce Pinheiro, e Maria Santos. Boas companhias no XIV Congresso da CGTP-IN.
A Igreja no XIV Congresso da CGTP-IN
Entre as presenças no XIV Congresso da CGTP-IN, contam-se um bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, um representante da Nunciatura Apostólica da Santa Sé, e uma delegação da Liga Operária Católica - Movimento de Trabalhadores Cristãos. É o reconhecimento da importância social da CGTP-IN e do empenho dos sindicalistas católicos (como eu) nela e nos seus sindicatos, por parte das estruturas da Igreja Católica.
Deolinda
A despedida da sindicalista católica Deolinda Machado no XIV Congresso da CGTP-IN, depois de 20 anos de trabalho abnegado pelos direitos laborais e pela paz e justiça social, foi emotiva. Mas foi também um momento que salientou a força desta grande organização unitária, ao serviço da classe trabalhadora, como instrumento de transformação da sociedade. Muito obrigado, Deolinda. Cá estaremos para continuar a luta! E continuamos a contar contigo.