Sessão sobre a Situação na Síria

07.12.2016

Um Tratado Capitalista e Filisteu sobre Cultura

17.02.2016

Miguel Sousa Tavares comentou esta semana a falta de fundos para aquisição de quadro pelo Museu Nacional de Arte Antiga. Foi um tratado capitalista e filisteu sobre cultura. Dissequemos.

Primeira ideia: o mecenato cultural deve desempenhar um papel fundamental na política cultural do Governo e essa é uma característica do “mundo civilizado”. Ou seja, faz-se depender a cultura, um bem social, da boa-vontade e do dinheiro acumulado dos abastados.

Segunda ideia: são financiados filmes portugueses que se diz que são obras-primas, mas que “todos sabemos” são uma “maçada insuportável”. Ou seja, trata-se de fundos mal-empregados, “todos sabemos” diz o senso comum construído e naturalizado por comentadores como Miguel Sousa Tavares, entregues a um “poderoso lobby” que, curiosamente, há pouco tempo, em 2012, foi confrontado com a suspensão dos concursos para apoios.

Edgar Silva: Cumprir Abril na Presidência da República

13.01.2016

Aceitei com entusiasmo o convite para ser mandatário concelhio de Coimbra da candidatura de Edgar Silva à Presidência da República. Juntei-me, assim, a um homem admirável pelo combate de uma vida pela dignidade humana e pela justiça social.

Nos quatro anos do governo de direita de PSD e CDS-PP, a nossa lei fundamental (aliada à luta dos trabalhadores e das populações) impediu que a destruição económica e social conduzida por este governo, com a cumplicidade do actual Presidente da República, fosse ainda mais devastadora.

Esta candidatura assenta no cumprimento da Constituição como documento progressista que consagra direitos e deveres, tendo a liberdade, a democracia, a solidariedade, a justiça social, a independência nacional, e a paz como horizonte. Foi com estes valores que o Edgar sempre se comprometeu, como padre, como deputado à Assembleia Regional da Madeira — ou seja, como militante da causa dos pobres e dos explorados, companheiro de quem partilha estas preocupações e considera que estar do lado dos pobres e dos explorados é lutar pela eliminação da pobreza e pela rejeição da exploração.

A Constituição permanece o produto da emergência da democracia em Portugal, do movimento mais avançado da nossa vida colectiva, de Abril. Esta candidatura recusa-se a falar da Constituição como se fosse um texto sem história. Dá corpo a um projecto de transformação efectiva de um Portugal esvaziado da sua soberania pelo directório europeu, destruído na sua capacidade produtiva, corroído pelo abuso dos grandes grupos económicos. Este projecto definido por Abril está inscrito na Constituição — e embora os comunistas tenham sido protagonistas essenciais na sua construção, ele não é de nenhum partido, mas do povo português. Se não nos esquecermos que somos filhos de Abril mais facilmente seremos seus continuadores.

A voz do Edgar carrega esta esperança concreta, na qual não cabe o ambíguo ou o vago. A sua candidatura abala preconceitos, chama à convergência democratas e patriotas, convida a que o povo se una de novo, forte, destemido. É a única candidatura cujo âmago é a afirmação convicta dos valores avançados da Revolução de Abril e da Constituição que dela emergiu, neste tempo em que o futuro anunciado por ambas não pode continuar a ser traído ou adiado. Escutem-no, apoiem-no, votem nele: esse futuro pertence-nos.

Sérgio Dias Branco
(Mandatário da Candidatura de Edgar Silva à Presidência da República no Concelho de Coimbra)