Reina o Medo

27.03.2015

O último B.M. - Boletim de Militantes da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos traz uma relevante reflexão vinda de militantes de uma zona da Diocese do Porto.

Nela se lê: “Reina o medo do despedimento [...]. O medo de represálias chega ao ponto de recusarem qualquer circular à porta da fábrica ou participar nalgum plenário. [...] Há anos os dirigentes sindicais quando iam para negociações já levavam consigo o pré-aviso de greve, zangavam-se e vinham-se embora. Hoje a realidade é diferente porque não sentem o apoio dos trabalhadores. Os sindicatos perdem poder de negociação, a entidade patronal ganha força e quem é prejudicado são os trabalhadores. E o poder político está também subjugado ao poder económico.”

Retrato negro? Presumo que seja fiel à realidade em Mozelos e noutras localidades. Se olharmos à nossa volta, onde quer que estejamos, encontramos uma situação que não é muito diferente.

Mas o texto não termina sem um conjunto de propostas de acção, de luta contra esta situação — ver, julgar, agir. Estes problemas quotidianos que afectam os trabalhadores, oprimindo-os pelo medo, dificultando a formação da sua consciência de classe, criando obstáculos à sua acção colectiva, só terão solução se os trabalhadores se sindicalizarem, ganharem confiança nos seus sindicatos, de modo a terem mais força na exigência da dignidade e da justiça, na defesa dos seus direitos e interesses.