Da Liberalidade de uma Iniciativa

13.10.2019

Ainda é cedo, mas já se percebeu que a Iniciativa Liberal age como um espertalhão. Quer ter iniciativa antes de estudar e conhecer. Quer ser liberal mesmo em relação às regras de funcionamento da nossa democracia. O deputado eleito por Lisboa, João Cotrim de Figueiredo, veio afirmar, com dramático estrondo, que vai votar contra o programa de governo do PS. Acontece que o programa de governo não vai a votos na Assembleia da República. O que pode ser votada é uma moção de rejeição a esse programa — como aconteceu em 2015, em relação ao que tinha sido apresentado por Pedro Passos Coelho. Duas lições de ouro que podem causar mossa ideológica: a primeira é que a iniciativa, por si só, não garante o acerto; a segunda é que liberdade não se exerce no vazio e, por isso, tem sempre limites.