Temeridade

20.02.2018

Escreveu-me um colega brasileiro da PUC-Rio com quem tenho trabalhado. O Brasil regrediu em diversos sectores, o conflito entre classes sociais está exposto, a militarização do espaço público está formalmente em marcha. Como ele escreve, é preciso seguir com “temeridade e uma certa constrangida obstinação”. É necessário defender a democracia. Um abraço solidário nessa luta.

Adriana

01.02.2018

Digamos que há coisas que correm numa família por mais estranhas que pareçam aos olhos toldados pela desatenção e às cabeças povoadas por ideias-feitas. No ano passado, morreu-me um tio muito próximo. Entre os objectos da casa onde ele vivia, descobri o cartão de militante do Partido Comunista Português da minha tia-avó, que o acolheu em Lisboa, sob um terço e alguns artigos de devoção mariana dela. Chamava-se Adriana. Era alentejana de Estremoz. Veio para Lisboa, onde trabalhou como empregada doméstica. Filiou-se no PCP em plena Revolução de Abril, antes da aprovação da Constituição. Era católica e comunista.