Um Tratado Capitalista e Filisteu sobre Cultura

17.02.2016

Miguel Sousa Tavares comentou esta semana a falta de fundos para aquisição de quadro pelo Museu Nacional de Arte Antiga. Foi um tratado capitalista e filisteu sobre cultura. Dissequemos.

Primeira ideia: o mecenato cultural deve desempenhar um papel fundamental na política cultural do Governo e essa é uma característica do “mundo civilizado”. Ou seja, faz-se depender a cultura, um bem social, da boa-vontade e do dinheiro acumulado dos abastados.

Segunda ideia: são financiados filmes portugueses que se diz que são obras-primas, mas que “todos sabemos” são uma “maçada insuportável”. Ou seja, trata-se de fundos mal-empregados, “todos sabemos” diz o senso comum construído e naturalizado por comentadores como Miguel Sousa Tavares, entregues a um “poderoso lobby” que, curiosamente, há pouco tempo, em 2012, foi confrontado com a suspensão dos concursos para apoios.